
"O governo concorda com aplicação do piso na carreira, mas quer negociar por meio de uma comissão. Os impactos (para o governo) seriam até 2015", explicou a presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte-MG), Beatriz Cerqueira, a cerca de 2 mil professores na assembleia esta noite. Ela também afirmou que o governo não atendeu reivindicação de rever punições, que inclui corte de salários e o impacto da greve na progressão da carreira.
Os professores mineiros reivindicam o pagamento do piso federal de R$ 1.187 para uma jornada de 40 horas semanais e o governo alega que já paga o piso, mas considera como salário o piso mais subsídios, como vantagens por tempo de serviço. Na assembleia tramita uma proposta do governo para amentar os salários dos professores, com piso de R$ 712 para 24 horas semanais, mas os docentes alegam que o projeto acaba com o plano de carreiras, conquistado durante a primeira gestão do governador Aécio Neves (PSDB), hoje senador.
A Greve como movimento político
O movimento dos professores conta com adesões partidárias. O presidente do PSTU, José Maria, por exemplo, discursou na assembleia dos professores nesta tarde e destacou apoio a várias greves em curso como a dos rodoviários, dos Correios e dos bancários.
O Movimento dos Sem Terra (MST) se juntou aos professores, assim como outros movimentos sociais mais locais, como a comunidade Dandara, ocupação por pessoas carentes de uma área na região norte de Belo Horizonte. Também apoiam os professores mineiros representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT).