
O destino do diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas foi decidido em uma reunião a portas fechadas entre Elias Fernandes e o ministro da Integração, Fernando Bezerra.
Oficialmente, Elias pediu demissão por causa da reestruturação dos quadros das empresas ligadas ao Ministério, como o Dnocs. O secretário nacional de Irrigação, Ramon Rodrigues, assume interinamente.
Elias Fernandes deixou o cargo depois do desgaste provocado pela auditoria da Controladoria Geral da União, que apontou irregularidades de mais de R$ 300 milhões no Dnocs e favorecimento de municípios do Rio Grande do Norte. Estado dele e base eleitoral do líder do PMDB Henrique Eduardo Alves, padrinho político de Elias - que negou as irregularidades.
Henrique Alves criticou o relatório da CGU e resistiu à demissão de seu afilhado – em um tom considerado pelo Palácio do Planalto como de ameaça. A saída foi negociada pelo ministro da Integração, Fernando Bezerra e pela chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, diretamente com o vice-presidente, Michel Temer.
Além do Dnocs, o PMDB tem reclamado de perda de espaço para o PT dentro do governo. “Isso demonstra que é necessário o PMDB, inclusive, impor uma postura capaz de fazer valer o seu tamanho e a sua participação dentro do governo”, afirmou o deputado Danilo Forte, do PMDB-CE.
O líder do PT no senado diz que a divisão de poder é equilibrada. “A presidente Dilma tem buscado estabelecer um equilíbrio entre todos os partidos que compõem a base de sustentação do governo. Creio que o PMDB está bem contemplado também nesse papel”, disse o senador Humberto Costa, do PT-PE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário